Tens mesmo consciência de que estás verdadeiramente vivo?
Eu não sei o que pensas saber da vida?
O que vês e o que sentes?
Mas uma coisa te digo sobre esta realidade completamente extraordinária a que chamamos vida: é algo de absurdamente belo, demasiado vivo, intensamente vivido, algo que nunca sonhaste ter mas que estás a viver na primeira pessoa, uma experiência única, pessoal, intraduzível, onde cada átomo vibra exuberantemente de vida, de amor, de inconformismo, de querer sempre mais, de uma ânsia constante de poder tocar no mais íntimo que existe, é como se cada instante fosse a justificação de tudo, como se cada instante concorresse para que pudesses ter vida por uns breves instantes de tempo que se esvai por entre os dedos.
Ter consciência de se estar vivo é viver constantemente comovido, agradecido pela vida, como se cada lágrima de sentida comoção fosse a entrega e a rendição total à vida, onde cada segundo, cada minuto contam, significam a vida toda, ali, naquele instante onde precisamente estás, com os pés assentes na terra, fincados ao chão, tal é a beleza do que estás a viver.
Ter consciência de se estar vivo é simplesmente acomodar em si todas as realidades, todas as dimensões e todas as possibilidades de vida que podes ter como tuas,
Olha e vê a vida no teu olhar, e enquanto caminhas levas a vida contigo, e por onde quer que andes, a vida está lá, tu estás lá, o criador está lá, os teus pais estão lá, os teus antepassados estão lá, porque lá, está a vida toda, que vive dentro de ti, que transborda e que quer que tu vivas ainda mais, que tu sejas ainda mais, que tu sintas e ames ainda mais, segundo após segundo, minuto após minuto, num contínuo presente onde cada inalação é sinónimo de vida, onde cada respiração te prende indelevelmente à vida sem saberes muito bem o que isso significa, por ser tão mágico, tão real, tão intenso, tão poderoso e absurdamente vivo, absurdamente humano e incompreensivelmente divino, no mais doce e no mais belo que algum dia há-des ter de profundamente Teu!
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